quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ditadura nunca mais.


Argentina: movimento obtém prova sobre roubo de bebês

Por wilson yoshio.blogspot
Do Sul 21
EUA liberam importante prova sobre roubo de bebês na Argentina
Abuelas de Plaza de Mayo esperam que documento sinalize abertura de todas as informações que os EUA possuem sobre ditadura argentina | Foto: Paula/Flickr
Da Redação
A Embaixada dos Estados Unidos na Argentina entregou às Abuelas de Plaza de Mayo um documento que é importante prova de que o roubo de filhos de militantes contrários à ditadura argentina foi uma política de Estado. O conteúdo do documento é uma comunicação entre o embaixador argentino nos EUA à época, Lucio Alberto García de Solar, e Elliott Abrams, funcionário da Secretaria de Estado desse país, realizada em 1982, em Washington, na qual o primeiro informa que os desaparecidos estão mortos, mas que seus filhos foram entregues a outras famílias para serem criados e que a decisão do então presidente de fato Reynaldo Bignone era não revisar o tema nem devolver as crianças.
p>O material havia sido parcialmente aberto em 2002 e agora será conhecido o teor de três parágrafos que estavam inacessíveis até o momento. O documento havia sido requerido como prova para o processo relativo ao “Plano Sistemático de apropriação de Crianças” pela ditadura. O conteúdo é fundamental para provar a existência de una política definida e organizada desde os altos comandos das forças armadas para a apropriação de bebês de detidos desaparecidos. Em maio de 2011, a Câmara de Deputados dos Estados Unidos rejeitou o pedido das avós para a abertura dos arquivos deste país sobre a última ditadura na Argentina. O presidente da Comissão de Inteligência da Câmara estadunidense, o democrata Maurice Hinchey chegou a tripudiar do pedido, argumentando que “seria uma perda de tempo e de recursos para os organismos estadunidenses de espionagem, que necessitam concentrar esforços para desmantelar organizações como Al Qaeda”
Até hoje, a organização formada para identificar o paradeiro das crianças – hoje já adultos – que nem sequer conhecem sua própria origem e identidade já encontrou 103 filhos de desaparecidos políticos. Estima-se que ao todo 500 crianças foram tiradas de sua família e registradas como filhas de integrantes da repressão, ou abandonadas em instituições sem identificação.
As Abuelas celebraram a disposição da Embaixada norte-americana na Argentina. A liberação do documento deixa a associação otimista. Em comunicado, elas afirmam esperar que seja o início da liberação de todos os documentos sobre a ditadura argentina de posse dos EUA.
Com informações da Carta Maior

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